sábado, 9 de maio de 2009

Estórias da minha Terra - 7 -

Quanto à UCP ( Unidade Colectiva de Produção ) que geria as terras ocupadas, teve vida curta devido ás dificuldades de organização que assegurasse trabalho rentável para todos o que tinham entrado na Cooperativa; quanto a esta realidade não consigo deixar de vos deixar com o Poema criado pelo nosso Poeta Popular António Faria:
Adeus Reforma Agrátia
Adeus Reforma Agrária
Andas mal governada
Por tantos erros ter havido
Isto assim não é nada.


Com os ataques dos fascistas
Grande crise estás a passar

Adeus Reforma Agrária
Andas mal governada
Por tantos erros ter havido
Isto assim não é nada.


Com os ataques dos fascistas
Grande crise estás a passar
De pouco a pouco a estragar
Perdendo algumas conquistas;
Essas forças terroristas
Atacam a Classe Operária;
E a direita reaccionária
Deseja-te ver perdida
E por andares mal dirigida
Adeus Reforma Agrária.

Fazes parte da Revolução
E no que Portugal está empenhado
Mas atrasos por todo o lado
Com os ataques da Reacção;
Há falta de compreensão
Vais-te vendo arruinada
Pois assim vais mal guiada
Vais por um mau destino
Vais andando sem domínio
Andas mal governada.

Por ninguém se entender
Está em perigo a colectividade
Por não haver cuidado
Isto é tudo para arder;
Todos estamos a ver
As conquistas que tens perdido
Por ninguém se ter unido
Para dar força à Democracia
Atrasas no dia-a-dia
Por tantos erros ter havido.

Alguns se estão a apresentar
Esses grandes oportunistas
São outros fascistas
Que se estão a amanhar;
Estão-te assim a estragar
Fazendo-te andar empenhada
Por tanto ser roubada
Agrária e cooperativas
E outras Unidades Colectivas
Isto assim não é nada.

António Faria
(pensado na cabeça em 76/77) 
Quanto à Agricultura do pós 25 de Abril há que salientar o novo Lavrador, Sr. Inácio, que assumiu um forte papel na Terra e na Zona envolvente, com muita terra de exploração e diversos postos de trabalho, sem esquecer novos e velhos pequenos e médios Agricultores, que foram garantido os rendimentos para as Famílias e alguns empregos e trabalhos temporários, baseando-se principalmente na Pecuária. Não seria justo ignorar a influência do Sr. Luís Santos Rosa, que vem do antes-25 de Abril, que como comerciante e agiota teve um negócio altamente rentável á conta dos Agricultores da Zona, sem esquecer o negócio do Lagar que explorou durante vinte anos.

Todavia, com a Fábrica a funcionar, a Junta a empregar muitas Pessoas e com as Actividades, novas e velhas, a darem trabalho aos habitantes de Messejana, conseguiu-se segurar a maioria da População e melhorar significativamente os níveis de vida dos habitantes, tendo quase saneado os fenómenos de pobreza que nas décadas anteriores eram significativos.
Nesta década manteve-se o Padre Serralheiro, já menos activo no que respeita a Obras, mas mantendo-se como o organizador das tradicionais Touradas de Sta. Maria; morreu o já referido Sr. Figueira, que no seu conservadorismo, não aguentou as mudanças realizadas; o Sr. Manuel Ruas continuou a ser o Presidente da Junta, que acumulou com responsabilidades de gestão na Forma; a vida corria numa normalidade sem grandes anomalias, com uma Juventude feita Adulta a modificar o modo de vida vigente!
Agora ou noutra altura tinha que relevar a importância da FORMA na vida de Messejana, do Baixo Alentejo e da Industria do Mobiliário. De facto, a Forma foi a maior Empresa do Baixo Alentejo, exceptuando as Minas da Aljustrel nacionalizadas, e uma referência no Mobiliário de Qualidade no todo nacional. Tivemos uma Empresa que segurou centenas em Messejana e notabilizou a Nossa Terra!
E com as turbulências que permaneceram no País e a ausência de Caminhos para o Alentejo, foi-se passando a corda para os Anos Oitenta. È altura para dizer que desde o 25 de Abril a Câmara de Aljustrel foi sempre dominada pelo PCP até aos dias de hoje, tendo pautado a sua

2 comentários:

  1. Caro Zé Carlos,
    O Sr. Figueira de que falas era o meu tio Henrique Albino Figueira? Gostava de o ter conhecido. Devia ser uma personagem interessante.

    Um abraço.
    Henrique Albino Figueira

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  2. Caro Henrique:
    Não tenhas quaisquer dúvidas!Era duma curiosidade incrível e dum humor fininho, sendo Culto e conversando com todas as Gentes!Só tinha um senão: com dizia o meu Pai "parou nos anos 20" e,assim, exagerava no Conservadorismo. BEM HAJA !

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