sexta-feira, 8 de maio de 2009

Estórias da minha Terra - 6 -

Com o 25 de Abril, pode-se dizer que quase tudo mudou! Esta verdade respeita principalmente aos primeiros anos da Revolução e da Vida Democrática, em que estremeceu as bases em que assentava a Terra e novas subidas e descidas ocorreram na vida social e económica de Messejana, como um todo! Também Aqui a tampa saltou, duma panela que estava fechada há muito tempo e que estava cheia de revoltas e aspirações.

Comecemos com as convulsões na Forma, onde fruto, de várias movimentações, a Fábrica viveu com diversas Formas de Gestão, em que a participação dos Trabalhadores foi constante; mas também não podemos esquecer o Papel que o ex-patrão Arq. Henrique Albino desempenhou para as boas e más soluções que atravessaram a Empresa de alto a baixo. De referir, que a Forma chegou a empregar perto de cem Trabalhadores, o que significava o ganha-pão de cerca da duas centenas de Famílias ( base alargada de sustentação da Vila ).
Durante esta época a Terra não perdeu muita População, embora uma nova emigração começasse a dar os primeiros passos; não podemos esquecer a influência da construção do Porto de Sines na oferta de trabalho que chegou até nós.
Mas, segundo relatos ouvidos, nos dois primeiros anos Pós 25 de Abril viveu-se em forte tensão social, entre os Grupos dominantes a 24 de Abril e Novos Protagonistas, provindos de grande parte do Povo e da Pequena Burguesia ascendente. Cenas de conflitos inflamados, nomeadamente com o aparecimento de armas de fogo, aconteceram em Messejana, que deixaram marcas fundas, ainda hoje, apesar de tudo, presentes na nossa sociedade.
Mas foram tantas as mudanças, que algumas ficarão no tinteiro. A abrir temos a Eleição, em Assembleia Popular, do Novo Executivo da Junta de Freguesia encabeçado pelo Sr. Manuel Ruas, do PCP ; temos a abertura do primeiro Café e Cervejaria, na Praça da Vila, e de seu nome Ruína; temos novas mercearias, lojas e comercio ambulante; temos a ocupação de terras no quadro da Reforma Agrária; contamos com a cooperativa de Confecções ( a Messelam); criou-se a Rádio Baeta; temos o fim da Casa do Povo e novo activismo do G. D. M.; passamos a contar com uma Junta de Freguesia com dezenas de Trabalhadores que asfaltaram a Vila e abriram novas estradas; arranjou-se uma Ambulância, fruto de angariações de fundos entre a População residente e vivendo na Grande Lisboa e, entre outras iniciativas, começou-se a idealizar um Lar, enquanto se via nascer o Serviço Nacional de Saúde através do criativo Dr. António Cardoso Ferreira e esposa, que aqui fizeram o seu tirocínio como Médicos.
Quanto à UCP ( Unidade Colectiva de Produção ) que geria as terras ocupadas, teve vida curta devido ás dificuldades de organização que assegurasse trabalho rentável para todos o que tinham entrado na Cooperativa; quanto a esta realidade não consigo deixar de vos deixar com o Poema criado pelo nosso Poeta Popular António Faria:que assentava a Terra e novas subidas e descidas ocorreram na vida social e

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