segunda-feira, 4 de maio de 2009

Estórias da minha Terra - 1 -

Imagem http://gasolim.blogs.sapo.pt

Os últimos 50 Anos na Freguesia de MESSEJANA ( 1959 – 2009 )

Nota Introdutória

É minha convicção que lembrar os últimos cinquenta anos da Vida na nossa Freguesia é fundamental para vislumbrar um Futuro Vivo em Messejana; assim, decidi fazer relatos sobre esses tempos, o que exigia a colaboração dum amigo que tivesse vivido na totalidade esses caminhos, pois eu estive vinte anos por fora, em Lisboa.
Como a colaboração não resultou, decidi por minha conta e risco escrever uma CRÓNICA sobre essas cinco décadas, com o objectivo principal de estimular uma reflexão retrospectiva de Todos os que têm Messejana no coração e na razão, de forma a virmos a ter uma Aproximação Histórica do meio século que muitos de nós viveram.
Direi que os erros e omissões que cometer, sejam um Tónico para um Debate que nos enriquecerá para saber dar os Passos Necessários para uma Messejana com Novas Realidades de que nos orgulhemos!
Passo, então, á pequena Crónica que conseguir fazer, contando com inúmeros relatos que
atentamente ouvi e com as três décadas de muitas Vivências Vividas!


1. Os Anos Sessenta


Estávamos nos anos da grande emigração, consequência da mecanização agrícola que ceifou milhares de braços de trabalho nos nossos campos. Não está em causa os avanços que este fenómeno trouxe, ao libertar os homens e mulheres de trabalhos indignos para o ser Humano; estamos perante uma alteração profunda na forma de viver de diversas partes do Mundo, que afectou profundamente os Territórios em que a Agricultura era fortemente dominante. Messejana não foi excepção, pelo que viveu um grande abandono de população, pois não apareciam alternativas que dessem aos Messejanenses trabalho e remuneração devida.
Exceptuando as Oficinas, o pouco Comércio, as Padarias, Barbearias, alguns trabalhos de Construção Civil, os Lagares, as Tabernas, as Moagens e algumas actividades furtivas, tudo assentava na Agricultura e nos poucos possidentes de terra, em que se salientava meia-dúzia, num total de duas dezenas; há que indicar o Negócio do Sr. Alfredo Santos Rosa que, embora sediado em Aljustrel, tinha importância na Terra, bem como, do seu irmão Lu
ís, que assentou em Beja. Perante este quadro, desolado de homens sem trabalho e famílias sem nada para comer, houve alguns Lavradores que tentaram manter os seus trabalhadores permanentes; mas, segundo consta, nesses Lavradores sobressaía a Casa do Sr. Zé Duarte e Eng. Albino, que tudo faziam para inventar trabalho para tantos necessitados. Não será por acaso, que esta Casa Agrícola faliu nos finais dos anos sessenta, o que não aconteceu com as Irmãs ( D. Maria e D. Emília). De salientar que ainda eram tempos do “ Dia dos Pobres”, em que aos sábados dezenas de Famílias batiam á porta dos mais abastados da Terra.
Mas, nos anos 60 como é que se vivia em Messejana ? Os moços andavam na maioria descalços e a brincar a Jogos, hoje considerados tradicionais, sem esquecer o jogo da Luta, que sempre agitou a evolução do Homem. Os homens, nos poucos tempos sem afazeres, bebiam um copo nas Tabernas da Vila e cavaqueavam com a língua solta e , por vezes, cantavam. As mulheres agarradas à casa, encontravam-se nas Lojas e noutros afazeres comuns, sempre com a corda mais apertada. Como dissemos vários foram rumando a Setúbal e Lisboa e seus arrabaldes e outros na aventura de França e mais alguns Países vizinhos, todos á procura de trabalho e da sobrevivência. De referenciar que a partir desses tempos, as Famílias possidentes vieram na maioria a abandonar a Terra; a título de exemplo, refiro duas Lavradoras que continuaram a levar por diante as suas explorações: a D. Zézinha e a D. Lúcia.
No meio disto tudo ainda houve duas rajadas de Peste Suína, que arruinaram pobres e, também, ricos no Baixo Alentejo, o que significava que se vivia uma vida

5 comentários:

  1. Cautela!! Quando chegar aos anos 90!!!

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  2. Gostei de ver aqui esta minha fotografia.
    Calculo que seja familiar do Sr. Engº Albino.
    O meu Pai era um velho amigo dele.
    Abraço

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  3. Manuel Campos Vilhena.
    O meu Pai era de Garvão e era conhecido por Sabino Sequeira.
    Abraço

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  4. SOBRESSALTOS OU ESPUMAS ? ?
    Os resultados políticos destas Eleições Nacionais / 2014, para o Parlamento Europeu, mas as únicas apenas com eleitos num círculo nacional, constituem um primeiro tremor de terra no sistema político-eleitoral desde 1985(PRD). A dúvida & questão é se estamos perante um sobressalto no sistema político-eleitoral, com consequências práticas, ou, pelo contrário, apenas abanou os espíritos, vindo as coisas a ficar, no essencial, na mesma e, “Tudo como dantes, no Quartel-General de Abrantes”.
    Achando que o “tremor de terra” é claro, apenas umas notas. Há muito que o chamado “CENTRÃO à direta”, não tinha uma votação maioritária tão baixa ( 58%). Os chamados “Pequenos Partidos”, com brancos e nulos, nunca tiveram tanta representação eleitoral (27% e quase um milhão de Eleitores). O PCP/CDU recuperou bastante, voltando a resultados de há décadas. O Bloco confirmou a queda e voltou à expressão da UDP/PSR/PXXI. O PS, ganhando, teve o 2º pior resultado em Europeias. O PSD/cds, a dita “Direita e Centro Direita, teve o pior resultado de sempre de forma expressiva (28%). A grave e dura situação sócio - económica da esmagadora maioria da população, não contribuiu para que houvesse mais Votantes, antes tendo havido menos. Chegarão estas notas, mas, apenas acrescentar que MarinhoPT ganhou estrondosamente o “ campeonato da 2ª divisão”.
    As próximas semanas serão esclarecedoras sobre se “sobressalto ou espuma”, mas as primeiras impressões não são animadoras quanto “ao sistema” assumir sobressaltos. Mas, sobre tal, voltarei breve ao comentário opinativo. Ficam apenas impressões de leituras na hora da madrugada eleitoral.
    José Carlos Albino
    Cidadão Político-Social e Consultor em Desenvolvimento Territorial
    Messejana, 25/26 de Maio de 2014 ( 01.30 hs. )
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