terça-feira, 5 de maio de 2009

Estórias da minha Terra - 3 -

Havia várias Famílias que marcavam a vida da Terra entre o povo e a pequena burguesia; são diversas: os Petronilhos, os Camachos/Palhaços, os Policarpos, os Guerreiro, os Fortes, os Lebre, os Baptistas, os Santos Rosa, os Mendes, os Ruas, os “Porca”, os Matos, os Pinto, os Góis, os Guisado, os Salgueiro, ao Faria, os Belchior, os Capela ,os Assunção, os Pereira, os Moleiro,os Caetanos, os Naeram tempos do “ Dia dos Pobres”, em que aos sábados dezenas de Famílias batiam á porta dos mais abastados da Terra.
Mas, nos anos 60 como é que se vivia em Messejana ? Os moços andavam na maioria descalços e a brincar a Jogos, hoje considerados tradicionais, sem esquecer o jogo da Luta, que sempre agitou a evolução do Homem. Os homens, nos poucos tempos sem afazeres, bebiam um copo nas Tabernas da Vila e cavaqueavam com a língua solta e , por vezes, cantavam. As mulheres agarradas á casa, encontravam-se nas Lojas e noutros afazeres comuns, sempre com a corda mais apertada. Como dissemos vários foram rumando a Setúbal e Lisboa e seus arrabaldes e outros na aventura de França e mais alguns Países vizinhos, todos á procura de trabalho e da sobrevivência. De referenciar que a partir desses tempos, as Famílias possidentes vieram na maioria a abandonar a Terra; a título de exemplo, refiro duas Lavradoras que continuaram a levar por diante as suas explorações: a D. Zézinha e a D. Lúcia.
No meio disto tudo ainda houve duas rajadas de Peste Suína, que arruinaram pobres e, também, ricos no Baixo Alentejo, o que significava que se vivia uma vida triste, embora a alma Alentejana conseguisse milagres de vivências alegres e cheias de humor verrinoso e fininho. A Terra com luz elétrica desde cedo, com ruas cheias de poças no Inverno e pó no Verão e com o casario arranjado quanto baste, sem esquecer o património arquitectónico e monumental (na altura mais visível e arranjado) , sem água potável e com más estradas de acesso, ia andando, parada.
Contudo nos finais dos anos sessenta surge a ideia que uma Fábrica poderia vir parar a Messejana; o que consta é que tal se deve a que o homem da Ideia é filho da Terra. Confirmado que a Fabrica de Móveis ia avançar pela mão do Arq. Henrique Albino, irmão do Veterinário do Concelho, e que dezenas de postos de trabalho poderiam ser criados. Esta novidade altera os planos de jovens e mais velhos que perspectivam o seu futuro na Terra, o que fez estagnar a sangria que se vinha verificando.
Mas estávamos a esquecer aspectos importantes na vida da Vila; o que dizer dos cuidados de saúde, que estavam entregues nas mãos do Dr. Guisado que com a sua parcimónia tratava dos doentes o melhor possível, com as condições insuficientes da época, e em casos mais graves havia o mini-hospital de Aljustrel e em desespero havia Beja e os Hospitais Centrais de Lisboa; sendo que não havia Ambulância e que os doentes eram transportados em carros particulares de pessoas prestáveis, com os motoristas que tivessem á mão.E se falarmos da Vida Religiosa ou da falta dela; tínhamos como Prior o Padre Serralheiro que chegara nos anos cinquenta e que se notabilizou como Promotor de Obra, desde a Igreja da Misericórdia à Praça d

Sem comentários:

Enviar um comentário

 
Acessos: