segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2014 - "KAIRÓS" !


2014 : “KAIRÓS” ! ( 1. ) “Kairós - do grego antigo – “Tempo”, como “o momento oportuno”; natureza qualitativa do tempo. É como “TEMPO OPORTUNO” que desejo olhar e visualizar o Novo Ano em que vamos entrar, desejando, à partida, “BOAS ENTRADAS” ! Quanto ao Ano que agora termina, o 13 do Século, na sua dureza e de desafios desencontrados, quero olhá-lo e compreender como fonte de ensinamentos para os presentes futuros. Porque, o futuro começa hoje ! Sobre o desastre social e económico, de empobrecimento e perda de direitos & oportunidades, já está dito e escrito o suficiente, não obstante, os foguetes governamentais e dos “comentadores económicos” ao serviço das agressões da Troika, comandada pela Alemanha, que nos pintam, mais uma vez, os dois próximos anos de expansão e de retoma das soberanias. Mas, o que quero relevar, é a desorientação, apatia, fechamento, medo, submissão e pavor que percorre a maioria dos deserdados dos combates às crises dos capitais, que recuperam à conta dos que trabalham ou trabalharam. Se assistimos, e até participámos, a diversas e fortes momentos e acções de contestação e indignação de diversos sectores e grupos sócio culturais, é um facto que após picos de enorme expressão social, se viviam ressacas até que novas agressões voltassem a revoltar as consciências e carteiras, mas nunca se tendo gerado o “efeito bola de neve” que contagiasse e aglutinasse a esmagadora maioria do “Povo”, as ditas classes Baixas & Médias. Perceber porquê é uma das principais lições a tirar em 2014. Tudo isto aconteceu porque a estratégia da propaganda governamental, abençoada e fundada na Troika, de “dividir para reinar” e de projectar “o inferno” caso não sejamos obedientes face às suas inevitáveis e salvíficas políticas & medidas, conseguiu paralisar e manietar os amplos sectores conservadores das “classes baixas”. Assim, a primeira oportunidade que temos que saber agarrar é a desmontagem e superação desta estratégia. Tal implica saber encontrar as alianças e convergências entre todos os sectores e grupos atacados e desprezados pelas políticas em curso, que se vão manter. Mas, como não há alianças possíveis sem objectivos comuns, uma outra oportunidade para a qual temos que arranjar/ganhar tempo, é para ir construindo um quadro programático de objectivos & caminhos de curto, médio e longo prazo, sendo que um “Programa Mínimo” claro e realista, que abra caminho a uma “longa marcha” pelo desenvolvimento solidário e sustentável, deva ser uma realidade em 2014. Mas, como, quando, onde e com quem se vão construindo objectivos, caminhos & discurso/comunicação científica e mobilizadora ? No concreto, como diz o povo, que temos e podemos fazer ? Partindo dos Locais e Territórios em que vivemos, trabalhamos e convivemos, com relações de proximidade, sermos empreendedores (qualificativo muito na moda), de forma colectiva e organizada, na indignação e revolta e na construção de soluções e alternativas para superar as dificuldades vividas e realizar sonhos hoje ensombrados. Reconstruindo e renovando iniciativas e projectos que, respondendo ao imediato, reabram horizontes de esperança em futuros, em que as Pessoas são a razão de ser das economias locais, nacionais e globais. Direi, que a estratégia será ir construindo veredas que contribuam, também pelo exemplo, para um caminho programático nacional e europeu, em que as lideranças políticas, sociais e económicas se renovem nos métodos e prioridades, sabendo bem interpretar o que se vive e realiza nas bases da sociedade. Sabendo que a Democracia Representativa só será sólida e sustentável, se também alimentada pelas mais diversas formas de Democracia Participativa. Reconhecendo que a Economia é o motor da satisfação das necessidades individuais e colectivas das populações, mas que, para tal, tem que apostar em soluções e direções que levem em conta, em 1º lugar, as Pessoas & Territórios que as acolhe e promovam uma justa e digna retribuição dos rendimentos dos que produzem bens e serviços, permitindo que se vá forjando solidariedade social e territorial. Dirão que do pessimismo na análise do presente, passo para sonhos e ambições irrealizáveis. Penso que não, pois tenho a convicção que, mais tarde ou mais cedo, este caminho é insubstituível e se irá realizando. Mas, também, sei que este caminho é longo e pedregoso, que para avançar tem que ir construindo soluções que, a cada tempo, melhorem as condições de vida das populações e pessoas vítimas do empobrecimento em curso. Por último, sei que este caminho precisa de mudanças substanciais e sólidas no quadro político da nossa Democracia, o que exigirá das lideranças político-partidárias, visíveis e claras alterações na forma de se relacionarem com os eleitorados, formados por cidadãos e não por consumidores de ilusões. Eu vou apostar nesta estratégia e espero encontrar muitos de vós, pois só assim as ideias serão clarificadas e bem agarradas ao terreno. Cá e lá vos espero ! ( 1. ) Mote inspirado na excelente Crónica de José Tolentino Mendonça, na Revista do “Expresso” de 28/Dez./2013, intitulada, “ESTÁ LÁ ?”. Fica o agradecimento pela inspiração. José Carlos Albino . Messejana, 30/31 de Dezembro de 2013 .

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SOLIDARIEDADE,,,?,,,!|


SOLIDARIEDADE ? ! Do Dicionário Houaiss – “Compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todos”. SOLIDÁRIO – “em que há responsabilidade recíproca ou interesse comum”. Será deste contrato e posicionamento social que, hoje, por tudo e por nada, dirigentes políticos, económicos e sociais proclamam e juram que os Portugueses, com eles à frente, são Solidários e praticam Solidariedade ??? Claro que não !!! O que se pratica, de quando em quando, é disponibilizar as sobras dos que mais têm e do Estado (após pagarem caninamente aos credores usurários), àqueles que vivem na miséria, não para lhes proporcionar uma vida digna, mas para que sobrevivam à míngua. Tal como esta, muitas palavras e noções/valores são capturadas pelos poderes estabelecidos, para melhor ludibriarem a maioria do povo, preservando os seus privilégios. Espantoso exemplo disto, é o facto do Sr. Soares dos Santos, dono do “Pingo Doce”, afirmar que dará cabazes de natal aos seus empregados que estão a passar fome, em vez de lhes aumentar os salários e/ou pagar prémios correspondentes aos lucros que eles proporcionam. Denunciar esta hipocrisia, que abunda na sociedade portuguesa, é um imperativo ético e político, para que, solidariamente, se ataque as causas de tanta e enormes disparidades nos rendimentos e oportunidades. E, “o caminho, faz-se caminhando”, sempre ! José Carlos Albino . Messejana, 18 de Dezembro de 2013 .
 
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