terça-feira, 6 de abril de 2010

ALENTEJO...!

Alentejos, Progressos e Ruralidades

Ao falarmos da Actualidade e Futuros do Alentejo, temos que ser rigorosos na caracterização, tendências e perspectivas. Antes de mais, temos que realçar que tendo o Alentejo uma identidade e diferenciação na globalidade do Território Nacional, integra uma grande Diversidade de Eco-Sistemas e Posturas Socio-Culturais. Daí, afirmarmos ALENTEJOS !
De facto, embora possa haver uma Estratégia Global para o Alentejo, ela deve ser portadora de diferenciadas Tácticas e Perspectivas, face aos diversos territórios e gentes que constroem um terço do território do nosso espaço continental. As diversas sub-regiões e zonas com características, na actualidade, deveras diferentes, exigem programações de Progressos distintos e complementares. Com uma Matriz Comum no Planeamento do Desenvolvimento do Alentejo-Todo, há que distinguir diferenciados Caminhos, conforme a variedade de situações sócio-económicas e culturais e ambientais.
E, por esta via, vamos chegando ao Conceito de Ruralidade que, normalmente, é caracterizado como uniforme, predominante e inalterado no Imenso e Moderno Alentejo. Hoje, não vivemos no quadro da ruralidade que caracterizou o Alentejo do Século XX. Esses passados, embora tenham deixado marcas significativas, foram profundamente alterados nas últimas décadas, pelo que considero que devemos saltar para o Conceito de Pós-Ruralidade, nesta Região feita de Aldeias, Vilas e pequenas Cidades, espaçadas de dezenas de quilómetros, e sem minifúndios e pouca tradição de iniciativas Individuais-Familiares.
O “segredo” estará no Casamento da Tradição com a Modernidade e na exploração exaustiva das múltiplas Actividades Económico-Sociais, que o Território e Gentes do Alentejo permitem e exigem. A centralidade do Sector Primário já foi e deverá ser substituída pelo Amplo Sector dos Serviços, do Turismo à Produção Cultural, e por Micro, Pequenas e Médias Empresas nos segmentos da transformação industrial, do Agro-Alimentar às Novas Tecnologias.
Mas, perante a baixa densidade populacional e escassa “Massa Cinzenta e Empreendedora”, é indispensável uma estratégia de Marketing Territorial, que atraia técnicos, quadros, empresários e investidores que renovem e vivifiquem a vida económica, social e cultural dos Alentejos, tal como aconteceu nos históricos passados em que a nossa Região se desenvolveu e teve importância no quadro nacional.
De Território de Emigrantes por esse Mundo Fora, temos que apostar numa Região que receba e integre Imigrantes, atraídos pelo nosso Clima, Costumes, Espaços Vastos e Vida Saudável e Calma, que favoreçam uma Sociedade mais Universal e de Vida Activa. Temos, pois, que renunciar a visões passadistas e de “indios ecológicos” para “inglês ver” e demonstrarmos atitudes activas e atraentes para os que cá vivem e para os que nos querem abraçar.
Caminhos exigentes e complexos, mas, quanto a mim, os únicos que poderão garantir um Futuro de Desenvolvimento Sustentável e de Qualidade para esta vasta Região. Estarei certo…? Os meus leitores o dirão!

José Carlos Albino
Messejana – Baixo Alentejo .
- Consultor/ Dirigente Associativo -
- Ex-Membro do Conselho Económico e Social ( CES ) -

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