quarta-feira, 21 de maio de 2014

"UNIÃO COOPERATIVA" DO BAIXO ALENTEJO - diário do Alentejo -

No “Diário do Alentejo” de 16 / Maio / 2014 . Da “UNIÃO COOPERATIVA DO BAIXO ALENTEJO”, NO ALENTEJO ! Começo pela identificação do Território objecto duma “União Cooperativa”, o Baixo Alentejo. Penso que a esmagadora maioria dos Actores & Agentes nestes territórios, não tem dúvidas que só faz sentido afirmar o Baixo Alentejo da Costa Atlântica até à Raia Espanhola, tal como era reconhecido na antiga Província e, ainda hoje, pela Igreja Católica, através da Diocese de Beja. De facto, esta a dimensão para entendermos e perspectivarmos o Baixo Alentejo, como sub-Região, da grande Região do Alentejo (1.), pois ela dará escala quer a Litoral, como a Interior / Margem Esquerda, tal como dará, ao sul e norte do Distrito de Beja. E quanto às Freguesias fronteiras entre os chamados Litoral e Interior, não faz sentido que sejam planeadas em contextos e programas diferenciados, pois são naturalmente territórios contíguos com as mesmíssimas características sócio - económicas. Mas, a batuta dos “poderes estatísticos e político-administrativos”, ordenou do alto da sua cátedra, que ao Baixo Alentejo real, correspondessem duas NUTs3 autónomas, criando o “Alentejo Litoral” (2.). É certo que a esta batuta, aproveitaram as disputas de protagonismos e as diversas centralidades entre as cidades dos dois territórios. Seja como for, esta divisão existe no país oficial-institucional, pelo que não será de pensar qualquer mudança nos tempos mais próximos (década), a não ser que venha a acontecer, um dia, uma real reforma político administrativa do país. Neste quadro, há que encontrar caminhos & soluções que minimizem as divisões e potenciem as uniões destas duas realidades institucionais, o que pressupõe fazê-lo de baixo para cima e envolvendo a sociedade civil organizada, dando-lhe legitimidade social e institucional. Consideramos que, partindo das duas Comunidades Intermunicipais (CIMs) do “Baixo Alentejo” e “Alentejo Litoral”, há que forjar o máximo de convergência programática e gerar medidas e instrumentos de políticas comuns, pelo que será expectável que as CIMs encontrem as convergências e complementaridades que os seus projectos de Planos de Intervenção 2014-20 contêm, identificando uma agenda comum para gerar o máximo de acção integrada das suas intervenções, fomentando o Desenvolvimento Territorial do Baixo Alentejo. Contudo, tal como antes referimos, é imprescindível que esta unidade na acção conte com a participação activa das diversas Organizações Territoriais da região, sendo de saudar que sejam estas a incentivarem as próprias CIMs. Falamos das Associações Empresariais e Agrícolas, das Associações de Desenvolvimento Local, das Instituições de Ensino, dos Secretariados das IPSSs, Organizações Culturais e Desportivas e Partidos Políticos, que poderão evoluir para formas de cooperação permanentes, com vista a intervenções conjuntas, que unam as “forças vivas” do litoral à raia e do sul ao norte da região. É pois a esta cooperação efectiva e permanente ente Municípios, por vias das suas Comunidades, e Sociedade Civil Organizada, que batizamos de “União Cooperativa do Baixo Alentejo”(3.), enquanto lema mobilizador e desafiante que vá guiando os passos que gradualmente sejam dados em conjunto, e não como projeção de qualquer fórmula organizativa pré-determinada. Seguindo o princípio, “o caminho, faz-se caminhando”, considero que esta perspectiva pragmática e partindo da base para o topo, será um caminho que de imediato poderá gerar boas soluções e permitirá, na base da avaliação das iniciativas realizadas, vir a encontrar as melhores fórmulas institucionais para uma intervenção conjunta de todo o Baixo Alentejo. Por último, afirmar que, como não podia deixar de ser, este caminho deve ser trilhado em conjugação com as Instituições e Programas da Região Alentejo, reforçando escala e gerando sinergias entre os muitos comuns desafios do Alentejo Todo. Neste processo de construção das mais adequadas e eficientes linhas de intervenção para o desenvolvimento sustentável do Alentejo, a “União Cooperativa do Baixo Alentejo” melhor permitirá uma interlocução política em defesa dos seus específicos desafios, conjugando-os com todas as sub-regiões, e, assim, ampliando, agilizando e dando maior legitimidade à voz do Alentejo junto dos Poderes Centrais. Não ligando a formas, siglas e tipos de processos concretos, gostaria que as ideias expostas, quanto a pistas sobre problemas concretos com que tod@s nos deparamos, possam contribuir para uma larga & eficiente “ReflexAção” no Baixo Alentejo. José Carlos Albino > Consultor em Desenvolvimento Local / Territorial < Messejana, 13 de Maio de 2014 . » ver notas « ( 1. ) “REGIÃO – Grande extensão de território, dotado de características que o distinguem dos demais.” ( Dic. Houaiss ).Deixo de fora a questão da “Região Político-Administrativa”, muito me lembrando da intoxicação verificada aquando do dito Referendo, e relevo a dimensão sócio - económica e cultural, usando as expressões Região ou sub-Região, conforme o contexto territorial a que aludimos. (2. ) Referir que a este “Alentejo Litoral”, correspondem 2 círculos eleitorais – Beja e Setúbal -, não tendo uma representação política enquanto tal, o que denota a (in)coerência das divisões político-administrativas-estatísticas com que temos que nos coser ( com 4 Concelhos do Alentejo “submersos” no Distrito de Setúbal, de características bastante diferentes e dominado pela Área Metropolitana de Lisboa). ( 3. ) Esta ideia vem em linha com posições públicas desde os idos anos 90 do Século passado e, particularmente, com o Artigo recentemente publicado no “Jornal Rádio PAX / Ovibeja”, intitulado - “Das Conferências de Aljustrel aos Desafios do “Alentejo 2020””. Sobre estas, sublinho a inspiração em João Ferrão, quando defende “uma Inovação Societal, enquanto acção colectiva, com decisão em conjunto, e inovação transformadora das sociedades e economia”.

1 comentário:

  1. “SÃO TODOS IGUAIS !”,,, ?
    Esta a frase que mais se ouve nos “Cafés das nossas Praças”, ao se falar dos “POLÍTICOS”. Afirmação, complexamente, perigosa, porque arreigada na grande maioria da População. Relevamos que não são epítetos direcionados aos “PATRÕES”, hoje “Grupos Financeiros”.
    Já lá vai o tempo, do Século passado, em que as confrontações eram entre Patrões e Impérios e Operários e Trabalhadores. Hoje, parece que é entre “O Povo e os Políticos”. Averiguar e encontras as “Razões” da evolução destes confrontos sociais é necessário e, talvez, a principal explicação da “evidência” da afirmação “Os Políticos são TODOS uns Corruptos”. Assunto a voltar.
    Mas, voltando à “mesa do Café”, considero que o que é ainda mais grave, é que esta afirmação é feita, ou pelo menos questionada, perante “Políticos” que as Pessoas conhecem com proximidade e não lhe conhecem qualquer benefício material e/ou financeiro por via das suas Intervenções ou Cargos Políticos em Comunidades, Instituições e Organizações em que estão integradas, bem conhecendo os resultados obtidos. Significa que a DESCONFIANÇA É TOTAL & GLOBAL.
    Como conseguir fazer com que se saiba e pratique o “Separar o Trigo, do Joio” é missão primeira, para que se possa iniciar uma REFORMA DAS ESTRUTURAS POLÍTICAS. Talvez passe, também, por evidenciar que a Acção Política é trabalho.
    Que passos primeiros para arrancar com a “Reformista Revolução”, eis a Questão !
    José Carlos Albino .
    Messejana, 1º de Julho de 2014 .


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