sábado, 25 de agosto de 2012

CIVILIZAÇÃO, "amor assimétrico" e POLÍTICA


Civilização, “amor assimétrico” e Política O artigo “Civilização ou a estória da régia barbárie” de José Maria de Freitas Branco, no Debate “O que é a Civilização?” do “Público” de 19/08/2012, despertou-me para questionar e perspectivar a Acção e Reflexão Política, no quadro dos valores essenciais da civilização humana, enquanto única forma de civilização que conhecemos, apenas definível no “sei que não vou por aí”. A entrevista a José Tolentino de Mendonça ao “Diário de Notícias”, por feliz coincidência, de 19/08/2012, desafia-me a relevar a sabedoria e amor para encontrarmos os caminhos que respondam aos conturbados e complexos tempos que vivemos. Um e outra apelam a sábias ideias simples para nos iluminarem na “ReflexAcção” em que todos (dos que “o eu olha o tu com preocupação afectiva”) deverão ser cúmplices na “urgência de um projecto nacional em que todos se sintam envolvidos” e mobilizados. Mas estas ideias e ideais simples, na sua simplicidade, confrontam-se com os homens e mulheres que fazem esta civilização. Estes fazedores ainda são dominados pelo eu a servir o eu e/ou o nós virados para nós. E a Política, doutrinas e práticas, filha, naturalmente necessária, destes conflitos humanos, ainda não contrariou estas tendências, salvo épocas a espaço na história, tendo, por vezes, até enfatizado as visões egocêntricas Assim sendo, resta-nos a simples, mas exigente e funda, tarefa de fazer doutrina e prática destes simples ideais adequadamente mobilizadores face aos fazedores dos tempos de hoje e amanhã. Para este desafio será indispensável conjugar os seguintes provérbios/dizeres – “Roma e Pavia não se fizeram num dia”; “o tempo é bom conselheiro”; “ a Roda há muito que foi inventada”; “devagar (mas no fundo) se vai ao longe”; “não há bela, sem senão”; “somos filhos da madrugada”; entre outros afins. Nos dizeres de Freitas Branco, “o bom governante é aquele que,.., possui a qualidade de ser um ente civilizado,.., na tal simpatia…em direcção ao sentimento do dever para com o outro,..”, aponta-nos uma conduta necessária. E as falas de Tolentino dizendo “A proposta cristã não é uma imposição, mas um lugar de confronto da nossa consciência” e “Um poeta, mesmo ateu, é um sismógrafo e alguém que tem da dimensão espiritual uma captação às vezes mais intensa do que as fórmulas onde os crentes normalmente se reveem”, ou citando Jesus – “na casa de meu Pai há muitas moradas”, indicam-nos os meios e os modos indispensáveis para levarmos de vencida o almejado processo que, simplesmente, nos transforme em humanos civilizados. Partindo do pressuposto que “o homem é um animal político” e na linha dos nossos referidos inspiradores, em primeiro lugar, todos temos que assumir e praticar a nossa condição de políticos, seja qual for as doutrinas, métodos e práticas que defendamos, desde que civilizadas. Ver-se e anunciar-se de fora da política, será a postura do ultra egocentrismo que só alimenta os poderosos arautos das desgraças que vamos vivendo. PARTICIPAR E INTERVIR em espaços colectivos transparentes, tolerantes e potenciadores da “RefexAcção Politica”, é um desígnio que temos que agarrar com ambas as mãos. Ou, “salve-se quem puder” ? José Carlos Albino Messejana, 26 de Agosto de 2012 .

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