quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dos Passados, à construção dos Futuros

HERANÇAS DO PASSADO – quando começaram ?
Leio, ouço e vejo em jornais, rádios e televisões, dizer-se que os nossos problemas actuais têm a ver com o “Passado Herdado”. Obviamente, estou de acordo. Foi por isto que, ainda adolescente, gostei de estudar História e falar com os mais velhos.
Mas, quase sempre, dizem que o passado começou há 7 anos com a chegada de Sócrates ao Poder, enquanto 1º. Ministro. Quanto muito refere-se ao advento de Guterres, pelos idos de 96 do século passado.
Será que Portugal não existia antes ? Certamente que sim, mas isso são outras histórias. Histórias de branqueamento da História ?
Não indo aos tempos do “apodrecimento da monarquia”, nem á época da “inconsequência da 1ª. República” e sem referenciar “ o imobilismo castrador do passadista Estado Novo”, é obrigatório fazer uma retrospectiva da modernidade da nossa democracia, pós 25 de Abril. Falamos, apenas, de 4 décadas da nossa História. Após apenas 2 anos de “Processo Revolucionário”, vivemos diversas situações de sinais contrários que não responderam à necessária reconversão do nosso modelo de desenvolvimento económico, social e territorial. Nestes 35 anos, os vários Poderes não superaram os atrasos dos passados. Mas, há tempos diferentes e uns mais marcantes que outros nas oportunidades perdidas.
E, ao contrário das “vozes do dono”, as épocas de maior desperdício e agravamento dos nossos bloqueios foram os tempos em que a Direita esteve, de forma absoluta, no Poder. Foram os anos da AD (Aliança Democrática – PSD/CDS - ) na passagem dos 70s para os 80s e a década do Consulado Cavaquista, com maiorias absolutas do PSD. Primeiro, na ganância de perpetuar os valores do liberalismo, esgotaram-se os meios financeiros resultantes de austeridades para equilibrar as contas públicas e deixou-se o país de rastos. Depois, desbarataram-se os Fundos Comunitários na “aposta no betão” e na liquidação do nosso aparelho produtivo, sem alternativas de futuro e com ilusões consumistas. Foram estes períodos históricos que se constituíram como o “Pai do Monstro”.

Obviamente que tal não apaga as inconsequências, impasses e desvios dos Governos de Guterres e Sócrates. O esquecimento ou abrandamento das reformas que superariam os lobbys, impediram a indispensável reconstrução do País e agravaram os desequilíbrios da economia e finanças nacionais.
Perante estes “Passados dos nossos Descontentamentos”, hoje os desafios são enormes e complexos. Que uma leitura crítica de todos os passados gerem um processo de regeneração do país são os nossos votos e empenhos. Nunca o desvirtuamento da história nos levará “ a bom posrto”.
Apelando ao rigor na análise histórica dos 40anos de Democracia, sugiro uma forte concentração na procura e efectivação das prioridades para um Novo Modelo de Desenvolvimento Sustentável.
Desafio difícil, mas realizável se ousados nas vias alternativas e persistentes na sua concretização.
Com rigor histórico, façamo-nos ao caminho !
José Carlos Albino .
Messejana, 9 de Dezembro de 2011 .

2 comentários:

  1. Concordo, a construção do futuro deve ter em conta o passado, mas também precisamos de líderes inteligentes e corajosos, com capacidade de romper com interesses estabelecidos. Neste momento não temos líderes assim na europa.

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  2. "Depois, desbarataram-se os Fundos Comunitários na “aposta no betão” e na liquidação do nosso aparelho produtivo, sem alternativas de futuro e com ilusões consumistas. Foram estes períodos históricos que se constituíram como o “Pai do Monstro”." Gastaram-se os fundos Europeus à tripa forra e depois endividou-se o país para saciar a vontade da classe dirigeente em se perpetuar como elite junto dos parceiros uropeus. Depois veio a crise, meteram-se os jovens e os mais pobres a pagar e quem criou todo o problema continuou e continuará imputável a responsabilidades...

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