terça-feira, 3 de maio de 2011

" As Janelas dos Alentejos" +++

AS OPORTUNIDADES DOS ALENTEJOS
Voltando a posição já assumida, mas com razão reforçada nesta grave crise nacional e internacional, considero que os Alentejos têm claras janelas para desafios fazíveis na sua revitalização e desenvolvimento sustentado neste nosso século novo. Janelas que devem ver o País, a Europa e o Mundo!
E digo Alentejos, porque verifico muitas diversidades, mas sei que somos um espaço e cultura com identidade própria. E a diferenciação não se faz só entre “Baixo, Central e Norte”. Faz-se, também, entre as Urbes Maiores e os Locais, dominantemente rurais e de pequena dimensão. De Niza a Odemira com envolventes diversas, temos proximidades culturais e económicas que unem os territórios pouco povoados. E os desafios são convergentes ou não existem.
Considero que os investimentos económicos e humanos nos Alentejos terão maior rentabilidade e sustentabilidade. Num momento em que é imprescindível mudar de modelos e direcções, os territórios “livres” e “virgens” são espaço, tempos e modos de povoamento e inovação. Muitas indústrias, das médias às micros e em diversos sectores e fileiras, poderão, com resultados, desenvolver-se e criar-se. E a agricultura, o turismo e os serviços também são indústrias. Só se precisa de vontades regionais e nacionais e de recursos humanos e organizacionais de excelência. Um “só” que é muito!
Temos, assim, que nos concentrar neste “só”. Antes de mais só agarraremos estas oportunidades se forem assumidas nacionalmente, pelos líderes económicos, políticos e sociais. Porque são oportunidades regionais no quadro duma necessidade nacional. Mas, também é imprescindível uma intensa renovação cultural nos líderes, organizações, poderes públicos e na população em geral, particularmente nas gerações jovens. Porque ainda se pensa e actua com os olhos, dominantemente, nos passados.
Como enunciámos no início, estas “janelas na crise” exigem visões largas territorial e culturalmente, visões universalistas como o Alentejano Vasco da Gama. Precisamos de participar activa e conscientemente na actual globalização, tirando partido do estreitamento de distâncias com as novas comunicações. Na afirmação das identidades regionais e locais, sublinhemos a condição de cidadãos do mundo.
Mas, para tal, precisamos de nos reinventar e derrubar as posturas passadistas, de várias épocas, que se fundam no imobilismo e no queixume. Em última instância, tudo dependerá de nós, cidadãos dos Alentejos. Sem mudanças radicais nos comportamentos e nas ambições da maioria das populações, perderemos as oportunidades e seremos territórios colonizados, sem identidade e sem contributo para o nosso diferenciado desenvolvimento.
Contudo, se houver uma “revolução cultural” e numa lógica de rentabilidade económica, social e ambiental, soubermos, de forma ampla, prosseguir estes estimulantes desafios de futuros renascidos e sustentados, os Alentejos renascerão e serão factores de coesão social e territorial.
Porque é uma OPORTUNIDADE NACIONAL !

José Carlos Albino
Messejana .

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