quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ALENTEJO-interior...

PROTAlentejo : PRÓS & contras

No passado 2 de Agosto foi aprovado em Conselho de Ministros o Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo ( PROTA ), o que se saúda pois passamos a ter um instrumento fundamental para um Desenvolvimento Sustentável e Ordenado do Alentejo, que representa um terço do Território Continental Nacional.
Mas, devido à sua importância exige-se uma análise crítica que permita, por um lado, que o mesmo fundamente e enquadre as políticas e medidas que resolvam os bloqueios e criem as condições para construirmos um Alentejo de qualidade na sua identidade e, por outro, se possa vir a introduzir as rectificações das posturas e directrizes que se revelam negativas para um futuro que case modernidade com identidade/tradição.
Vamos, pois, a essa análise, mesmo que sintética.
Em 1º lugar, há que elogiar a clareza com que se definem as Opções Estratégicas do Alentejo. A saber: - integração territorial e abertura ao exterior; - conservação e valorização do ambiente e do património natural; - diversificar e qualificar a base económica regional; - apostar no policentrismo e coesão territorial. Consideramos que estas Opções são as ajustadas, acertadas e necessárias para revitalizar o Alentejo no século XXI.
Em 2º lugar, e em consequência destas Opções, considerar correcto a definição dos Desafios que se colocam ao Alentejo e que estão explicitamente definidos. E que são: - crescimento económico e do emprego; - suster a perda demográfica e atrair recursos humanos; - novo relacionamento urbano-rural; - coesão territorial; - valorizar o património; - modelo de turismo sustentável; - potenciar as grandes infra-estruturas; - criar escala; - combater os processos de desertificação.
Em 3º e último lugar, há que reconhecer desajustados modelos de desenvolvimento e omissões que concretizem as correctas Opções, nomeadamente a da Coesão Territorial.
Quanto ao Modelo, consideramos desajustado afirmar-se que só teremos desenvolvimento com “economias de aglomeração e realidades urbanas com a dimensão económica e institucional necessária à emergência de contextos favoráveis à inovação social e empresarial”. Está provado que este modelo assente na concentração das empresas em grandes pólos urbanos, que espalhariam o desenvolvimento em todo os Territórios envolventes, “tal

mancha de óleo”, apenas cria graves problemas sociais nos referidos pólos e desertifica tudo o que se encontra à sua volta. Este modelo errado no passado, ainda menos se justifica quando as acessibilidades reais e virtuais encurtaram substancialmente as distâncias em vastos Territórios.
Quanto a omissões salientamos o menosprezo dos impactos económicos e de emprego das micro e pequenas empresas locais, nomeadamente no domínio de oficinas diversas, serviços múltiplos e das novas tecnologias. Por outro lado, embora se anuncie a preocupação com os Territórios de baixa densidade ( aldeias e vilas ), nada se anuncia para que tal aconteça numa lógica de Desenvolvimento Local, que contrarie o efeito sugador da aposta total nos grandes pólos urbanos.
Esperando que haja coragem para rectificar estes aspectos negativos ao desenvolvimento global do Alentejo, sugiro que as Instituições Estatais Desconcentradas, Autarquias e suas Associações e as Organizações Locais e Regionais da Sociedade Civil desenvolvam as acções, medidas e políticas que colmatem estes negativos aspectos.

José Carlos Albino
- Consultor –
Messejana .

1 comentário:

  1. Olá caro AMIGO J.C. Albino; Lda,

    Olhando a questões genéricas tais como, a eficácia e eficiência na aplicação dos recursos públicos no sentido da promoção sem fronteiras de uma nova posição cultural e económica, no respeito pelo ambiente, acredito que ficaremos a ganhar se diversificamos o modo de organização do tecido social, mas sempre, obviamente, em respeito e apoio pelos modelos de comunidade já existentes, pelas sua "riquezas" e expectativas. Uma coisa, não invalida outra.
    Contudo são importantes no Alentejo "Centros de Competitividade". Isso só acontece, concentrando a actividade, partilhando recursos e, por esta via, melhorar a competitividade da nossa intervenção no sentido lato. Essas realidades podem coexistir, podem ser complementares e podem ser em conjunto, uma VANTAGEM para o Alentejo.

    Abraço,
    Manuel

    ResponderEliminar

 
Acessos: